Movimento convoca população de Monte Mor para protesto contra IPTU
Manifestação contra aumento de até 200% no imposto de 2024 e
condições precárias de bairros da cidade é programada para a próxima
quinta-feira, em frente à Prefeitura
Paulo Medina | Tribuna Liberal
Os moradores de Monte Mor estão se mobilizando nas redes sociais para protestar contra o aumento de até 200% no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) aplicado pelo prefeito Edivaldo Brischi (PSD) neste ano. A convocação para o protesto ganha força online e está agendada para a próxima quinta-feira, 7 de março, às 16h, na Praça dos Peixes, em frente à Prefeitura Municipal.
O anúncio do aumento no IPTU gerou indignação entre os moradores, que veem no protesto uma oportunidade de expressar seu descontentamento não apenas em relação à carga tributária, mas também em relação ao que eles caracterizam como “abandono da cidade” por parte das autoridades municipais.
Os organizadores do protesto destacam que a intenção não é apenas questionar o aumento do imposto, mas também levantar questões relacionadas à qualidade de vida na cidade. Entre as principais reivindicações, os moradores manifestarão sua preocupação com a falta de funcionários na área da Educação, especialmente para atender alunos especiais.
“Uma das revoltas do pessoal é esse aumento abusivo e o imposto ele reflete diretamente na justiça social da cidade e o que acontece, essa justiça social ela não é feita, ela não é levada, não é equiparada como o secretário falou na sessão da Câmara, na audiência. Por que eu falo pra você que essa justiça social não é feita? Porque se cobra um imposto abusivo dessa forma e a estrutura, a infraestrutura das nossas ruas não condiz com o mesmo. Nós temos ruas com buracos, com esgoto a céu aberto, com rachaduras no próprio asfalto, então assim, essa é a revolta principal do povo, é você ser cobrado pela Prefeitura, que não faz jus aquilo que está sendo cobrado”, afirma Douglas Guimarães, do Jardim Paviotti e organizador do protesto.
Douglas relatou que foi procurado por um morador do Paviotti dizendo que o IPTU dele estava R$ 337 em 2023 e este ano subiu para R$1.150. “Então tá sendo cobrado de forma abusiva, essa cobrança abusiva, principalmente, tá sendo a revolta do pessoal”.
Além disso, a população denuncia a escassez de medicamentos na rede pública de saúde, alegando que muitos pacientes têm enfrentado dificuldades para obter os tratamentos necessários. A falta de infraestrutura nos bairros de Monte Mor também está entre as demandas, com moradores apontando problemas como ruas esburacadas, falta de iluminação e ausência de manutenção.
“A gente vai lutar por esse direito de tentar revogar essa cobrança desse IPTU em forma de manifesto, só que aliado a isso a gente tem outras pautas, como a falta de professores, falta de remédios nos postos”, reclama. A escolha da Praça dos Peixes, localizada em frente à Prefeitura Municipal, demonstra a intenção dos manifestantes de tornar suas vozes ouvidas pelas autoridades locais.
OBRAS
O TCE (Tribunal de Contas do Estado) emitiu relatório que identificou que o governo Edivaldo Brischi acumula mais de R$ 2,5 milhões em obras paralisadas, apontando uma situação preocupante no que diz respeito à execução de projetos públicos. As obras, que deveriam beneficiar a população em áreas como educação, estão interrompidas.
Segundo os dados fornecidos pelo TCE, duas obras se destacam nesse cenário. A primeira, uma quadra coberta com vestiário no Jardim Paulista, avaliada em R$ 282.571,47, teve sua execução interrompida pela GAC Construtora Ltda. A obra, prevista para beneficiar a área de Educação, está paralisada desde 2020.
A segunda obra, de maior expressividade financeira, refere-se à construção da creche do Quinhões da Boa Esperança. Orçada em R$ 2.255.049,50, a obra, realizada pela Construtora Terruel Ltda, tem um montante considerável já desembolsado, totalizando R$ 1.423.933,00. Entretanto, sua execução também está suspensa desde a mesma data, segundo o TCE.
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