Moradora pede indenização por danos morais após suposta coação da Guarda de Paulínia
Advogada é acusada de envolver agente da guarda municipal em conflito particular para receber reembolso de valores após depósito equivocado; viaturas foram à casa da moradora em operação
Da Redação | Tribuna Liberal
Uma suposta coação e constrangimento ilegal envolvendo a
Guarda Municipal de Paulínia e uma moradora do Jardim Vista Alegre gerou um
processo judicial em que a paulinense E. C. pede uma indenização de R$ 50 mil
por danos morais. A ação tem como alvos uma advogada, o Banco do Brasil, e o
próprio município de Paulínia, após uma abordagem na residência da moradora.
O episódio ocorreu em 16 de junho, quando E. recebeu mensagens no WhatsApp de um número desconhecido, identificado posteriormente como pertencente à advogada, que alegava que um depósito bancário havia sido feito erroneamente na conta de E., solicitando a devolução do valor. Suspeitando de golpe, a moradora ignorou a situação, mas a insistência da advogada resultou no envio de dados pessoais de E., supostamente obtidos por meio do Banco do Brasil.
No mesmo dia, um homem que se apresentou como membro da
Guarda Municipal interfonou para o apartamento da moradora, solicitando que ela
descesse para esclarecer o caso. Assustada, E. entrou em contato com a polícia
e a própria Guarda Municipal para confirmar a autenticidade da abordagem. A
instituição negou que houvesse qualquer operação oficial nesse sentido.
Pouco depois, duas viaturas da Guarda chegaram ao local. Um
dos guardas teria afirmado ser amigo da advogada e reforçado a pressão para que
E. devolvesse o suposto dinheiro. O guarda ainda teria mostrado no celular o
saldo da conta bancária da moradora, reforçando as suspeitas de vazamento de
informações sigilosas.
A defesa da moradora afirma que o caso provocou abalo
emocional significativo na vítima e em sua família. E. relatou constrangimento
perante vizinhos, além de boatos maliciosos que circulavam no condomínio,
sugerindo que a presença da Guarda Municipal estaria relacionada a questões de
violência doméstica.
Segundo a moradora, o impacto foi especialmente grave para o filho autista de E., que ficou assustado com a presença policial e desenvolveu medo persistente de que a mãe fosse presa. Na ação judicial, E. alega que o guarda municipal agiu de maneira ilegal, atendendo a interesses privados ao invés de cumprir suas funções institucionais. A conduta teria violado princípios éticos e legais, configurando abuso de poder e coação, de acordo com a defesa.
A moradora busca indenização por danos morais. A ação também questiona a conduta do banco, que supostamente teria compartilhado informações sigilosas, e a advogada, acusada de abuso ao envolver a Guarda Municipal em um conflito particular. A Prefeitura não comentou o caso.
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