MP denuncia poluição atmosférica causada por empresa em Paulínia e pede multa ambiental
Promotoria ajuíza ação civil pública contra empresa por conta de poluição possivelmente causada pelo armazenamento irregular de coque verde de petróleo; irregularidade provoca danos ambientais e problemas respiratórios
Da Redação | Tribuna Liberal
O Ministério Público acaba de ingressar com uma ação civil
pública contra a empresa Carbolog, localizada no bairro Bonfim, em Paulínia,
devido à intensa poluição atmosférica supostamente causada pelo armazenamento
irregular de coque verde de petróleo. A promotoria alega que o material,
conhecido por sua toxicidade e potencial poluente, tem sido armazenado de forma
inadequada, resultando em graves danos ambientais e problemas respiratórios aos
moradores da vizinhança.
Segundo o MP, desde novembro de 2023, moradores do bairro Bonfim e do Sítio Tambaú vêm enfrentando a dispersão de partículas finas de ‘pó preto’, que têm se acumulado nas residências e causado diversos transtornos à saúde, especialmente respiratórios. O armazenamento inadequado de coque de petróleo ao ar livre, sem cobertura efetiva e sem sistema de controle de poluição, foi detectado durante diversas vistorias feitas pela Comissão Municipal de Licenciamento Ambiental e pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
A empresa foi notificada diversas vezes, e um plano de ação para remover o coque de petróleo e adequar as medidas de controle foi requisitado. No entanto, segundo o MP, a empresa não cumpriu as exigências no prazo estipulado, e novos episódios de poluição foram reportados pela população local, com grande impacto nas condições de vida dos moradores e no ecossistema ao redor.
Técnicos da Cetesb e do Caex (Centro de Apoio à Execução) do
Ministério Público apontaram que o armazenamento irregular de coque verde
afetou negativamente o solo, a flora e a fauna da região. Segundo laudo técnico
emitido pelo Caex, partículas de material particulado foram encontradas nas
folhas da vegetação local, e análises preliminares indicam que a contaminação
pode ter chegado às águas subterrâneas, devido à infiltração de água de chuva
através do solo contaminado. Além disso, a fauna local também sofreu, uma vez
que partículas tóxicas aderiram à pele dos animais e contaminaram a vegetação
que serve de alimento para eles.
O MP ajuizou a ação civil pública contra a empresa e
solicita que a Carbolog seja penalizada com uma multa ambiental. Entre as
exigências estão a remoção imediata do coque verde da área, a descontaminação
do solo, e a implementação de sistemas adequados de controle de poluição
atmosférica. Adicionalmente, foi solicitado que a empresa classifique os
resíduos e realize o descarte apropriado, em conformidade com as normas
ambientais vigentes.
O órgão ainda destaca que a empresa apresentou um relatório
de avaliação ambiental que afirma não haver contaminação no solo. Contudo, a
Promotoria contesta essa avaliação, sustentando que, ao longo de quase um ano,
o coque de petróleo armazenado a céu aberto teve seu material espalhado tanto
pelo ar quanto pelo solo, apontando a presença de contaminação em diversas
partes do terreno e ao entorno. A empresa ainda não se pronunciou oficialmente
sobre a ação.
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