MP arquiva denúncia contra obra da ponte no São Manoel em Nova Odessa
Prefeitura negou irregularidade e esclareceu que a
contratação ocorreu em virtude de alerta da Defesa Civil sobre risco de colapso
da estrutura da travessa
Da Redação | Tribuna Liberal
O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo)
determinou o arquivamento, por falta de irregularidades, de uma representação
anônima feita em 2023 contra a Prefeitura de Nova Odessa pela construção da
ponte sobre o córrego Capuava entre o Jardim São Manoel e o Conjunto 23 de
Maio.
Segundo a prefeitura, a obra foi realizada em 2022 de forma
emergencial devido ao risco de colapso e desabamento da estrutura antiga, e
resolveu o problema dos alagamentos do Parque Linear do 23 de Maio.
Ao determinar o arquivamento do procedimento preparatório de
inquérito civil instaurado para “apurar supostas irregularidades na contratação
emergencial para reforma da ponte da Rua Sigesmundo Andermann”, o MP-SP fez
vários apontamentos.
“A prefeitura negou qualquer irregularidade, esclarecendo
que a contratação ocorreu em virtude de alerta da Defesa Civil constando risco
de colapso da estrutura da ponte”, destacou o órgão no despacho.
O MP apontou ainda que, “analisando os documentos dos autos,
não foi possível identificar qualquer superfaturamento na obra investigada. Ao
que consta do procedimento de dispensa de licitação, os valores e materiais
orçados estão em consonância com a envergadura da obra e os custos de mercado”.
“Do ponto de vista estrutural, observa-se que a ponte também está há quase um ano em condições de uso com trânsito cotidiano de veículos e pedestres, sem aparentar risco para a sociedade”, acrescentou.
DRENAGEM
Conforme admitido pela prefeitura nas informações prestadas
ao MP, houve de fato um recalque (um pequeno afundamento do asfalto) na superfície
da nova ponte logo após sua conclusão, mas o problema foi rapidamente resolvido
pela empreiteira contratada, dentro da garantia da obra.
Já alguns alagamentos posteriores à conclusão da ponte foram causados não pela nova estrutura, mas sim pela insuficiência do antigo sistema de drenagem que canaliza o córrego sem nome que desce da região do 23 de Maio e do Jardim Éden, perpendicular ao Parque Linear. Isto porque as tubulações das galerias de águas das chuvas foram entupidas ao longo do tempo por areia – e não pelas águas do Córrego Capuava.
CONCLUSÃO E ALERTA
“Portanto, não restando comprovada irregularidade na reforma
da ponte da rua Sigesmundo Andermann, no São Manoel, em Nova Odessa, inexiste
necessidade de intervenção judicial ou extrajudicial do Ministério Público”,
traz o despacho do Ministério Público.
“Ademais, tratando-se de ‘denúncia anônima’, é necessária maior cautela, pois o anonimato pode ser utilizado para apresentar acusações infundadas com intuito de se fazer uso político da função ministerial. Ante o exposto, arquivo o presente Procedimento Preparatório de Inquérito Civil”, conclui o texto oficial.
A OBRA
A Prefeitura de Nova Odessa investiu R$ 1,380 milhão na obra
emergencial de demolição da ponte anterior e de construção de uma nova travessa
no ponto onde o córrego Capuava passa sob a Rua Sigesmundo Andermann.
Antes, as águas eram canalizadas neste trecho apenas por
três linhas de tubos de pequeno diâmetro (e, consequentemente, de baixa
capacidade de vazão), causando alagamentos constantes no Parque Linear do São
Manoel/23 de Maio e danificando estrutura da ponte antiga, o que levou à sua
interdição emergencial pela Defesa Civil Municipal após chuvas fortes em março
de 2022.
Já a nova ponte é composta por quatro linhas de 15 aduelas
de 2,30 metros por dois metros cada, totalizando 60 peças de concreto armado
instaladas sobre uma base de concreto e cobertas por toneladas de terra e pedra
até o nível da rua. O serviço incluiu ainda quatro bocas de lobo e galerias de
águas pluviais, asfalto novo, mureta e pintura da nova ponte.
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