Juiz recebe denúncia contra tatuador por homicídio e manda soltar mulher
Justiça decretou a prisão preventiva de W. C., de 35 anos,
acusado de matar o professor sumareense Cauê Pozenatto Lima, e revogou prisão
temporária da companheira dele
Paulo Medina | Tribuna Liberal
A Justiça de Sumaré recebeu na tarde desta quinta-feira (28) denúncia contra o tatuador W. C., de 35 anos, acusado de assassinar o professor sumareense, Cauê Pozenatto Lima, também de 35 anos, e mandou soltar a parceira dele, P. F. S. A., de 30 anos, revogando a prisão temporária. A Justiça também decretou a prisão preventiva do tatuador nesta quinta.
“Como o denunciado encontra-se preso temporariamente, não estando, portanto, inserido em unidade do sistema penitenciário, inviável, neste ato, a designação de audiência, que necessita de prévio agendamento junto ao estabelecimento prisional correlato. Tão logo seja efetivada a transferência dele, em razão da prisão preventiva ora decretada, tornem conclusos, para designação de audiência”, traz decisão do juiz Marcus Cunha Rodrigues, da 1ª Vara Criminal de Sumaré.
O recebimento da denúncia ocorreu após pedido do 6° promotor de Justiça de Sumaré, Ricardo Gerhardinger Schade, que apresentou a acusação de homicídio contra o tatuador nesta mesma quinta-feira (28).
No entanto, o promotor requereu a soltura da companheira do tatuador por considerar que ela contribuiu com as apurações e não matou a vítima, mas participou da ocultação do cadáver, cuja pena varia de um a três anos de reclusão. O promotor cita ainda que ela não possui antecedentes criminais. O pedido também foi atendido pelo juiz, que ordenou a soltura da mulher.
“Atento à manifestação do Ministério Público, que visualizou indícios de envolvimento da imputada P. no crime do art. 211 do Código Penal, havendo a possibilidade, inclusive, de oferecimento do acordo de não persecução penal, segundo o Ministério Público, revogo a prisão temporária e determino a imediata expedição de alvará de soltura em favor de P. F. S. A.”, afirmou o juiz.
MEDIDAS CAUTELARES
O magistrado impôs medidas cautelares à mulher como proibição de se ausentar da cidade pelo prazo superior a oito dias, sem autorização do juiz, comparecimento mensal a juízo, não mudar de endereço sem autorização, permanência em casa durante as noites e aos finais de semana. Segundo a Polícia Civil, o assassinato foi realizado com “requintes de tortura e crueldade”.
No início do mês, o tatuador deu novo depoimento à Polícia Civil durante a reconstituição do crime, e, com a presença do suspeito no local, policiais descobriram que o corpo de Cauê permaneceu cerca de 8h dentro de seu próprio carro antes de ser queimado. O veículo ficou estacionado nas proximidades da residência do suspeito, no Jardim Maria Luiza, em Sumaré. O assassinato ocorreu no dia 1º de agosto. Depois de pernoitar no veículo é que o corpo do professor foi encaminhado para a região da Praia Azul, em Americana, onde foi queimado.
A dinâmica do caso revela que o professor inicialmente estava na residência de W. e ambos deixaram o local no carro da vítima. Posteriormente, eles passaram por dois endereços em busca de drogas no Parque Itália, mas o desentendimento resultou em uma facada fatal desferida contra o professor. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do tatuador.
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