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Cerimônia reuniu mais de 200 pessoas no Centro de Formação dos Profissionais em Educação “Paulo Freire”

Hortolândia lança manual de atendimento humanizado e eficaz de crianças e adolescentes vítimas de violência

Da Redação | Tribuna Liberal

Hortolândia agora conta com mais uma importante ferramenta de prevenção e combate à violência infantojuvenil no município: o ‘Documento Técnico Norteador dos Procedimentos de Escuta Especializada’. A publicação de 37 páginas foi lançada oficialmente, nesta segunda-feira (4), em cerimônia realizada no auditório do Centro de Formação dos Profissionais em Educação “Paulo Freire”, no Remanso Campineiro.

Escrito a muitas mãos, o ‘Documento Norteador’ de Hortolândia apresenta um passo a passo detalhado de intervenções, orientando o profissional que atua no Poder Público, em organizações sociais ou mesmo o familiar sobre como proceder diante de revelações espontâneas de abuso ou violência feitas por crianças e adolescentes. Também esclarece quando e como acionar os órgãos competentes. Este conteúdo técnico busca ainda garantir que todos os profissionais do SGD (Sistema de Garantia de Direitos) estejam alinhados nas práticas de proteção e acolhimento à vítima.

Mais de 200 pessoas enfrentaram a manhã chuvosa para acompanhar o evento, dentre elas o prefeito Zezé Gomes (Republicanos); a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maria dos Anjos Assis Barros, e a consultora técnica da publicação, Anna Calixto. Também compareceram secretários municipais e outros servidores do Executivo, de diversas secretariais, além de representantes do Legislativo e do Judiciário (Tribunal de Justiça), e de colegiados como o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), os Conselhos Tutelares do município e a Comissão Intersetorial de Monitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento das Violências: Fluxos e Protocolos de Atendimento a Crianças e Adolescentes em Situação de Violência.

“Esse documento é uma pauta importantíssima. Espero que ela esteja também dentro do governo estadual, do governo federal, em todas as secretarias, para que a gente possa ter a tratativa certa com as nossas crianças. Mais do que esse documento, a gente tem que se empenhar para fazer com que tudo isso aconteça. Hoje temos dois conselhos tutelares. Criamos mais um para dar conta. Temos ferramentas e a gente pode, com certeza, trabalhar a contento o tempo inteiro”, afirmou Zezé Gomes.

Para a diretora da Comissão Intersetorial de Monitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento das Violências, Jane Aparecida Nery de Carvalho, o lançamento do Documento Norteador representa mais um avanço nas políticas públicas de proteção infantojuvenil existentes no município. “Quisera Deus que hoje a gente não tivesse aqui para lançar esse documento, porque teria certeza que não teria nenhuma criança vítima ainda de violência, de abuso e sofrendo. Teria direito ao que é essencial para ela, que é a vida, a proteção. Infelizmente, ainda vivemos esse quadro no Brasil. Em Hortolândia, essa rede tem se fortalecido cada vez mais e esse trabalho institucional é modelo para as outras regiões. Alguns municípios vêm até nós conhecer esse trabalho, porque é um documento que é o Beabá. É só a gente olhar ali que já vai nos ensinar como faz”, afirmou a gestora.

“Tenho acompanhado o amadurecimento da rede de proteção e do sistema de garantia de direitos à criança ou adolescente aqui de Hortolândia como uma cidade que protege. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), Lei 8.069 de 1990, que é o bojo do nosso encontro nesta manhã, pega um conceito da ONU (Organização das Nações Unidas) que é um interesse superior da criança e transforma em prioridade absoluta. Prioridade absoluta é o que nos leva a encher esse auditório nessa manhã de segunda-feira, porque nada pode ser mais importante do que o bem-estar e a proteção integral de um menino ou de uma menina, de uma criança, de um adolescente, que antes de ser assistido por um sistema de garantia de direitos, é sujeito de direitos, é cidadão, pode ser protagonista e autor da sua própria história e transpor inúmeras limitações impostas pelas desigualdades vigentes no nosso país. Que a gente não olhe para este documento técnico norteador tão somente como um material para ser lido de capa a capa e depois arquivado. Mas que esse documento seja instrumento diário de trabalho, de consulta e de um olhar sensível para os nossos meninos e meninas”, assinalou a consultora do documento e escritora reconhecida pelo trabalho de proteção de crianças e adolescentes, Anna Calixto.

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