Desenvolvimento começa a chegar a cantos antes esquecidos de Hortolândia
HORTOLÂNDIA 31 ANOS
Antes, pobre e esquecida, a região do Novo Ângulo começa a ganhar visibilidade e ares de desenvolvimento por meio das obras de infraestrutura viária que recebe da Prefeitura. O novo perfil da região tem um fator responsável: a construção da Ponte Estaiada. Quem afirma é o secretário de Planejamento Urbano e Gestão Estratégica, Carlos Roberto Prataviera Júnior.
“Após a inauguração da Ponte da Esperança, em 2019, a região do Novo Ângulo ganhou novo fôlego de desenvolvimento com o aquecimento da atividade comercial e novos investimentos imobiliários”, observa Prataviera.
A obra possibilitou o prosseguimento do Corredor Metropolitano (Avenida Olívio Franceschini – região central da cidade) pelo trajeto implantado a partir da ponte. Com a mudança de trajeto (antes o Corredor seguiria pela Avenida da Emancipação), o sistema viário passa pelo Jardim Novo Ângulo, Vila América, Jardim Nova América, Parque Peron e Chácara Nova Boa Vista até chegar ao quilômetro 5 da rodovia Francisco Aguirre Proença, a SP-101.
O secretário destaca a redução de distância entre as regiões e as vantagens que esse fator trouxe para a região do Novo Ângulo, que antes tinha como referência geográfica o Complexo Penitenciário, no limit de Hortolândia com Campinas.
“O Jardim Novo Ângulo historicamente sempre sofreu com a falta de integração com a região mais central e desenvolvida da cidade”, lembra o gestor.
No trajeto, o Corredor Metropolitano deixa um rastro de investimentos que está mudando o visual da região. A começar pela Ponte, o desenvolvimento é visível na pavimentação da Estrada do Panaíno, que liga o Corredor e a avenida da Emancipação no trecho próximo ao Hospital Municipal. Mais à frente, já no Jardim Novo Ângulo, prédios de apartamentos já concluídos e em construção estão às margens da via, cujo trajeto total envolve sete cidades da região (Campinas, Hortolândia, Monte Mor, Sumaré, Nova Odessa, Americana e Santa Bárbara d’Oeste). A Ponte foi realizada pela Prefeitura, já o Corredor é obra do Governo do Estado.
O secretário municipal prevê “um choque de desenvolvimento positivo” a partir do próximo ano para a região do Novo Ângulo. De acordo com ele, a construção do novo Paço Municipal, previsto para 2023, vai trazer à tona o planejamento desenvolvido pelo governo municipal nos últimos anos. “Essa obra trará novo choque de desenvolvimento positivo para aqueles bairros, algo que foi pensado já na primeira gestão do saudoso prefeito Angelo Perugini”, afirma o secretário.
O novo Paço Municipal será construído nas áreas que pertenciam à Granja Ito e abrigavam os dois campos de futebol ativos até o início da década de 2010. Será o primeiro prédio de Paço Municipal 100% sustentável no Brasil, segundo a Administração.
O prefeito José Nazareno Zezé Gomes (PL) afirma que levar desenvolvimento para a região do Novo Ângulo está entre as prioridades do governo. Ele destaca que o trabalho já começou e que as obras do Superviário, que ligará a Região da Vila Real ao Novo Ângulo, por meio da abertura de novas ruas, avenidas e pontes, será o “passaporte” para o desenvolvimento da região.
Diagnóstico da Puc-Campinas revela pobreza na região
Diagnóstico socioterritorial realizado pelo Observatório da Puc-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) na região atendida pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Novo Ângulo, em Hortolândia, divulgado ano passado, mostra que 54% das famílias da região do Novo Ângulo, cadastradas no CADÚnico sobrevivem com uma renda per capita de R$ 89. Para outros 22%, a renda familiar per capita varia de R$ 179 a meio salário mínimo (R$ 550). As mulheres representam 59% da população. Os homens são 41% do território.
Os dados do diagnóstico são com base na realidade das 3.926 famílias do CADÚnico, um total de 10.754 pessoas que utilizam os serviços do CRAS Novo Ângulo, que atende a um território formado por 48 bairros. O CadÚnico é um conjunto de informações socioeconômicas de famílias de baixa renda disponibilizadas pelo governo federal para gerenciar programas sociais.
Além disso, o relatório revelou baixa escolaridade entre as pessoas do CadÚnico (Cadastro Único): 40% estudaram até o Ensino Fundamental e somente 24% concluíram o Ensino Médio, a maioria jovens de 18 a 30 anos de idade. O estudo, uma parceria da universidade com a Prefeitura, tem o objetivo de ajudar o município na construção de políticas públicas para levar desenvolvimento econômico e social à região, onde estão localizados alguns dos bairros mais pobres da cidade.
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