Comerciantes e moradores pedem fim do sistema de Zona Azul em Sumaré
População pontua ser contrária ao preço, à redução de faturamento dos estabelecimentos, notificações, multas e ao que chama de ‘despreparo’ de atendentes da empresa que opera o estacionamento rotativo na cidade; contrato é auditado
Paulo Medina | Tribuna Liberal
Uma pesquisa informal realizada pelo Tribuna Liberal com
moradores de Sumaré revela que nove em cada dez pessoas são contra a manutenção
da Zona Azul no Centro da cidade. O sistema de estacionamento rotativo,
implantado com o objetivo de organizar o trânsito e facilitar o acesso às
vagas, vem sendo criticado por comerciantes e consumidores, que apontam
diversos problemas, como queda no faturamento, falta de vaga para os próprios
comerciantes, série de notificações e multas, e despreparo de atendentes da
empresa.
“Nós comerciantes não temos tido benefícios com o serviço,
não temos direito a nenhuma vaga sequer, temos que pagar, levamos notificações,
os funcionários da Zona Azul são despreparados, parece que não possuem treinamento
para lidar com os consumidores. A Zona Azul afasta as pessoas do Centro de
Sumaré”, afirmou Alexandro Toledo, de 40 anos, que amarga uma queda mensal de
20% no faturamento do seu comércio de alimentos desde a implantação do sistema
de estacionamento rotativo.
Da área de contabilidade, Henrique Andrade, de 32 anos,
afirma que a Zona Azul é um transtorno aos clientes do escritório e que nem o
aplicativo da empresa funciona adequadamente. “O aplicativo não funciona, temos
dificuldades, para os clientes é ruim” disse.
Comerciante Alexandro Toledo, de 40 anos, teve redução de 20% no faturamento desde a implantação da Zona Azul
Para muitos moradores, a Zona Azul não trouxe benefícios. “A
ideia era facilitar a vida das pessoas, mas acabou atrapalhando. O preço é
alto, subiu. Isso desestimula quem quer fazer compras “, reclamou Maria
Aparecida.
Atualmente, o valor cobrado e o formato da cobrança são vistos como um peso para os consumidores que precisam passar mais tempo na região. “Se eu vou resolver várias coisas no Centro, o custo do estacionamento acaba sendo maior. Isso desanima, e muitas vezes prefiro ir a outro lugar onde não preciso pagar para estacionar”, explicou Carlos Pereira. “Eu acho a Zona Azul por vezes boa, por vezes ruim, então está difícil de opinar”, pontuou a moradora Tereza Cabral.
Ao assumir o mandato, o prefeito de Sumaré, Henrique do
Paraíso (Republicanos), iniciou a revisão de contratos e disse que uma das
primeiras medidas que tomou foi solicitar uma auditoria do contrato da Zona
Azul. O prefeito reiterou que a região central precisa de rotatividade de
veículos e condições para estacionar, mas sem alimentar “uma indústria de multa
que onera a população”.
Henrique também planeja um projeto para revitalizar o
comércio com ações estruturais e de segurança. Entre as medidas previstas estão
a recuperação de calçadas, melhoria na iluminação pública e implementação de
sistemas de monitoramento.
Em 2023, a prefeitura regulamentou o aumento da tarifa da
Zona Azul. A administração alegou na época que era obrigação do poder público
preservar o equilíbrio econômico-financeiro inicial da concessão para
exploração dos serviços de estacionamento rotativo.
O novo valor ficou R$2 por hora e o novo custo tarifário
entrou em vigor no dia 12 de junho de 2023. O sistema funciona de segunda a
sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados das 9h às 13h.
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