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Zona Azul de Sumaré teve reajuste na tarifa em 2023 e insatisfação com sistema de cobrança aumentou

Comerciantes e moradores pedem fim do sistema de Zona Azul em Sumaré

População pontua ser contrária ao preço, à redução de faturamento dos estabelecimentos, notificações, multas e ao que chama de ‘despreparo’ de atendentes da empresa que opera o estacionamento rotativo na cidade; contrato é auditado

Paulo Medina | Tribuna Liberal

Uma pesquisa informal realizada pelo Tribuna Liberal com moradores de Sumaré revela que nove em cada dez pessoas são contra a manutenção da Zona Azul no Centro da cidade. O sistema de estacionamento rotativo, implantado com o objetivo de organizar o trânsito e facilitar o acesso às vagas, vem sendo criticado por comerciantes e consumidores, que apontam diversos problemas, como queda no faturamento, falta de vaga para os próprios comerciantes, série de notificações e multas, e despreparo de atendentes da empresa.

“Nós comerciantes não temos tido benefícios com o serviço, não temos direito a nenhuma vaga sequer, temos que pagar, levamos notificações, os funcionários da Zona Azul são despreparados, parece que não possuem treinamento para lidar com os consumidores. A Zona Azul afasta as pessoas do Centro de Sumaré”, afirmou Alexandro Toledo, de 40 anos, que amarga uma queda mensal de 20% no faturamento do seu comércio de alimentos desde a implantação do sistema de estacionamento rotativo.

Da área de contabilidade, Henrique Andrade, de 32 anos, afirma que a Zona Azul é um transtorno aos clientes do escritório e que nem o aplicativo da empresa funciona adequadamente. “O aplicativo não funciona, temos dificuldades, para os clientes é ruim” disse.

Comerciante Alexandro Toledo, de 40 anos, teve redução de 20% no faturamento desde a implantação da Zona Azul

Para muitos moradores, a Zona Azul não trouxe benefícios. “A ideia era facilitar a vida das pessoas, mas acabou atrapalhando. O preço é alto, subiu. Isso desestimula quem quer fazer compras “, reclamou Maria Aparecida.

Atualmente, o valor cobrado e o formato da cobrança são vistos como um peso para os consumidores que precisam passar mais tempo na região. “Se eu vou resolver várias coisas no Centro, o custo do estacionamento acaba sendo maior. Isso desanima, e muitas vezes prefiro ir a outro lugar onde não preciso pagar para estacionar”, explicou Carlos Pereira. “Eu acho a Zona Azul por vezes boa, por vezes ruim, então está difícil de opinar”, pontuou a moradora Tereza Cabral.

Ao assumir o mandato, o prefeito de Sumaré, Henrique do Paraíso (Republicanos), iniciou a revisão de contratos e disse que uma das primeiras medidas que tomou foi solicitar uma auditoria do contrato da Zona Azul. O prefeito reiterou que a região central precisa de rotatividade de veículos e condições para estacionar, mas sem alimentar “uma indústria de multa que onera a população”.

Henrique também planeja um projeto para revitalizar o comércio com ações estruturais e de segurança. Entre as medidas previstas estão a recuperação de calçadas, melhoria na iluminação pública e implementação de sistemas de monitoramento.

Em 2023, a prefeitura regulamentou o aumento da tarifa da Zona Azul. A administração alegou na época que era obrigação do poder público preservar o equilíbrio econômico-financeiro inicial da concessão para exploração dos serviços de estacionamento rotativo.

O novo valor ficou R$2 por hora e o novo custo tarifário entrou em vigor no dia 12 de junho de 2023. O sistema funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados das 9h às 13h. 

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