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Usar a geladeira de maneira consciente representa uma economia de 25% a 30% na conta

Com bandeira vermelha 2, chuveiro e geladeira podem elevar conta de luz

Indispensáveis no dia a dia, esses eletrodomésticos estão no topo do ranking dos vilões das despesas com energia elétrica mas, com mudanças simples de hábito, consumidor pode reduzir o consumo e minimizar impacto no bolso

Beth Soares | Tribuna Liberal

O anúncio da bandeira tarifária vermelha patamar 2 feito pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em vigor neste mês de outubro, exige mudanças de hábitos do consumidor para evitar a conta de energia com valor lá em cima. Indispensáveis no dia a dia, chuveiro e geladeira são os eletrodomésticos que mais consomem energia em uma casa e podem fazer pesar a fatura de energia, caso sejam utilizados sem moderação. O alerta é da Aneel e da CPFL Paulista, empresa responsável pela distribuição de energia em Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Monte Mor e Paulínia.

De acordo com a Aneel, o risco hidrológico com as poucas chuvas e a queda no nível dos reservatórios, além do preço de mercado de energia elétrica, que tem aumentado por conta da seca, são os motivos para acionar a bandeira vermelha patamar 2. Essa bandeira sinaliza que serão cobrados R$ 7,87 adicionais na conta para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A medida representa aumento em relação ao mês de setembro, quando a bandeira tarifária era vermelha patamar 1 com um adicional de R$ R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

A CPFL Paulista orienta os clientes a rever hábitos e adotar medidas que promovam economia. Walter Barbosa Júnior, Gerente de Eficiência Energética da CPFL, observa que pequenas mudanças no uso diário dos eletrodomésticos podem fazer grande diferença. “Escolher equipamentos com selo de eficiência A do Inmetro/Procel, por exemplo, e utilizá-los de forma correta, lícita e segura é essencial para controlar o consumo e os gastos”, afirma o especialista.

Entre os aparelhos que mais pesam na conta de luz, o chuveiro elétrico lidera o ranking, respondendo por até 35% do consumo mensal das residências. “Uma das formas mais simples de economizar é ajustar o chuveiro para a posição ‘verão’, o que pode reduzir o consumo em até 30%. Além disso, diminuir o tempo no banho é uma medida bastante eficiente”, recomenda o gerente de eficiência energética da CPFL.

Utilizar a geladeira de maneira consciente está entre as dicas da CPFL Paulista para combater o desperdício de energia e economizar. O eletrodoméstico representa de 25% a 30% da conta. “Evitar abrir a porta sem necessidade e posicionar a geladeira longe de fontes de calor são ações simples, mas que fazem diferença”, explica Júnior.

Na casa da professora Maria Aparecida da Silva, 51 anos, moradora de Sumaré, novas formas de utilizar equipamentos elétricos já foram adotadas. A educadora tem duas geladeiras na residência, uma na cozinha e outra na área externa, onde fica a churrasqueira. Para economizar energia, o equipamento que fica no local de fazer churrasco está desativado. “Antes, ficava ligado o tempo todo. Agora, só colocamos para funcionar quando fazemos churrasco, uma vez por mês”, conta Maria.

O tempo de banho também foi reduzido pelas quatro pessoas que moram na casa. “Estamos usando bem rápido o chuveiro. Como está muito calor, utilizamos no modo frio para ter menos gastos de energia”. Com essas medidas, a família de Maria Aparecida já percebe redução nas despesas com a contas de luz. “Mês passado, pagamos R$ 35 a menos”, contabiliza a professora.

MAIS DICAS

Outra dica da CPFL é em relação ao uso de lâmpadas, que consomem de 15% a 25% da energia. “Utilize lâmpadas de LED, que economizam até 85% em relação às incandescentes, e aproveite a luz natural sempre que possível”, ensina Júnior. Quem tem ar-condicionado deve instalar o aparelho em um local com boa ventilação, manter portas e janelas fechadas e limpar os filtros regularmente para reduzir o consumo que pode representar até 15% da conta, informa a empresa de energia.

A CPFL recomenda que, com a crescente popularização de novos aparelhos, como adegas e cervejeiras, é importante conhecer o consumo de cada um e planejar o uso. “É essencial entender o perfil de consumo desses equipamentos, já que podem elevar o gasto energético da residência. Para se ter uma ideia, uma cervejeira, por exemplo, consome cerca de 130 kWh por mês, enquanto as geladeiras comuns consomem 83 kWh”, alerta o gerente de eficiência energética da CPFL Paulista.

APLICATIVO AJUDA A CONTROLAR CONSUMO

Para ajudar os clientes a controlar o consumo de energia e reduzir o valor da conta, a CPFL criou a plataforma ‘Conta Fácil’, disponível no aplicativo ou no www.cpfl.com.br. A ferramenta permite comparar as variações de consumo de energia de um mês para outro, fornecendo informações detalhadas sobre os fatores que influenciam a conta.

A CPFL Paulista recomenda que os clientes tenham a fatura de energia, em que constam os números da instalação e do cliente, para facilitar o acesso aos serviços online e atendimento, caso necessário.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS IMPACTAM NA PRODUÇÃO E CUSTO DA ENERGIA  

Essa é a primeira vez, desde agosto de 2021, que a bandeira vermelha patamar 2 é acionada pela Aneel. Uma sequência de bandeiras verdes foi iniciada em abril de 2022 e interrompida em julho de 2024 com a bandeira amarela, seguida da bandeira verde, em agosto, e a vermelha, patamar 1, em setembro.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela agência em 2015 para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas. 

CPFL recomenda rever hábitos e adotar medidas que promovam economia na conta de luz  

A bandeira verde significa condições favoráveis de geração de energia, sem acréscimo na tarifa. A amarela representa condições menos favoráveis, com acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 KWh consumidos. As bandeiras vermelhas do patamar 1 e 2 indicam condições mais custosas de geração de energia, com acréscimo na tarifa de R$ 4,43 e R$ 7,87, respectivamente.

Segundo a Aneel, com as bandeiras tarifárias, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. “Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta. Pela regra anterior, que previa o repasse somente nos reajustes tarifários anuais, o consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um sinal para reagir a um preço mais alto”, explica nota da Agência Nacional de Energia Elétrica.

O órgão reforça a importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica, mesmo em períodos favoráveis. “A economia de energia contribui para a preservação dos recursos naturais e para a sustentabilidade do setor elétrico como um todo”, assinala a Aneel. 

ENTENDA AS BANDEIRAS TARIFÁRIAS DE ENERGIA

BANDEIRA                                                             SIGNIFICADO

 

Verde                            Condições favoráveis de geração de energia, sem acréscimo na tarifa;

 

Amarela                       Condições de geração menos favoráveis, com acréscimo de R$ 1,885 na tarifa;

 

Vermelha 1                 Condições mais custosas de geração, com acréscimo na tarifa de R$ 4,463;

 

Vermelha 2                 Condições mais custosas de geração, com acréscimo na tarifa de R$ 7,877.

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