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Elizeu Santos mostra biogás sendo usado na cozinha do Centro de Ressocialização

Centro de Ressocialização de Sumaré conta com biodigestor que gera gás

Equipamento de tecnologia israelense evita emissão de gases de efeito estufa e auxilia na utilização e qualificação do solo da unidade prisional, explica diretor

Cézar Oliveira | Tribuna Liberal

Um biodigestor está em funcionamento no CR (Centro de Ressocialização) de Sumaré. O equipamento foi recebido através de doação do consulado de Israel. A instalação do equipamento visa promover a sustentabilidade ambiental e energética, gerar economia ao erário e melhorar o aproveitamento das hortaliças e verduras cultivadas para o consumo da população carcerária, além de proporcionar o descarte correto dos resíduos orgânicos da unidade.

Os impactos gerados com sua utilização resultam em quatro toneladas de resíduos orgânicos e evita a emissão de seis toneladas de gases de efeito estufa, além da produção equivalente a 30 botijões GLP de 13kg e 3.650 litros de adubo natural líquido.

O diretor do CR, Elizeu Santos, explicou sobre o funcionamento e o aproveitamento da tecnologia do biodigestor. “Esse equipamento de tecnologia israelense veio para o CR justamente para poder nos ajudar em questões de como utilizar e qualificar melhor nosso solo. É colocado na primeira entrada os resíduos orgânicos. Pode ser colocado até 10 quilos de orgânico naquela entrada, o resíduo fica na parte de baixo do equipamento e ele vai transformando as bactérias que estão lá dentro subindo para cavidade superior que transforma em gás. Ele gera, em média, 2 kg de um botijão de 13kg por mês”, detalhou o diretor.

Resíduos orgânicos da unidade se transformam em gás por meio do biodigestor

Elizeu afirma que o biodigestor traz benefícios aos 200 presos da unidade. “O biodigestor tem duas saídas, a primeira saída leva o gás para nossa cozinha central. Então os próprios educandos colocam os orgânicos no equipamento que também se beneficiam para cozinhar para eles mesmos. No Centro de Ressocialização tem 200 presos. São gerados resíduos que a gente chama de fertilizante, ele produz, em média, 100 litros de biofertilizante por dia e a cada litro é transformado em 10 litros, então temos uma média de 1.000 litros de biofertilizante”, destaca Elizeu.

A instalação do equipamento é resultado de uma parceria entre o CR e a empresa Homebiogas, que doou o biodigestor Homebiogas 7.0, que consiste em um sistema autônomo de biodigestão por bactérias anaeróbicas, tratando adequadamente resíduos orgânicos alimentares e esterco animal, por meio da decomposição dessas bactérias e os transforma diariamente em biogás para cocção e biofertilizante líquido para adubação. O sistema do biodigestor é completamente selado e não necessita de energia elétrica para seu funcionamento.

Sendo uma fonte de energia renovável, o biogás evita a queima adicional de combustível fóssil, como o gás GLP. Ele está sendo usado diariamente na cozinha do Centro Ressocialização, substituindo parte do uso do gás GLP no preparo das refeições, gerando economia financeira e minimizando impactos ambientais, como a geração de gases de efeito estufa gerados na decomposição dos resíduos orgânicos que iriam para o aterro sanitário.

O equipamento possui capacidade máxima de energia: 4,4 kWh/15,4MJ, resultando em uma produção diária de biogás em tempo de cozimento (queimador de chama única) entre 5 a 7 horas; além de atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos que determina que os resíduos orgânicos devem ser reaproveitados ou reciclados.

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