MP solicita contratação de professor para criança com TEA em Sumaré
Promotoria pede à Justiça determinação, em caráter liminar, para prefeitura contratar professor auxiliar especializado em educação especial para atender aluno da rede pública sob pena de multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento
Paulo Medina | Tribuna Liberal
O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) pede na
Justiça uma liminar que obrigue a Prefeitura de Sumaré a contratar
imediatamente um professor auxiliar especializado para atender um aluno da rede
pública, de sete anos, diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
A ação foi movida pela família da criança após uma negativa
da administração municipal em atender a solicitação feita pela mãe do menor,
respaldada em laudo médico que aponta a necessidade de um profissional de apoio
em sala de aula para garantir o processo de aprendizagem e a socialização da
criança.
O menino está matriculado na escola municipal Professora
Flora Ferreira Gomes, na região do Jardim Angelo Tomazin. Conforme relatório
médico, ele enfrenta dificuldades no acompanhamento das atividades pedagógicas
regulares, necessitando de apoio constante em sala de aula. Apesar de a escola
dispor de profissionais de assistência geral, a mãe argumenta que o atendimento
atual é insuficiente, sendo esporádico e inadequado às necessidades específicas
da criança.
Diante do caso, a mãe acionou a Supervisão de Educação
Especial e a Secretaria Municipal de Educação de Sumaré. A resposta da
prefeitura indicou a presença de um profissional para assistência em
necessidades gerais, como higiene e locomoção, mas não para o acompanhamento
pedagógico especializado necessário para a inclusão efetiva do menor.
Na ação, o Ministério Público enfatiza a importância do direito
à educação inclusiva, previsto na Constituição Federal, no ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente) e na Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015). Também
são mencionados dispositivos da Lei Berenice Piana (Lei 12.764/2012), que
garantem o direito de crianças com TEA a um acompanhante especializado quando
necessário.
A promotoria pediu que a Justiça determine, em caráter
liminar, que a Prefeitura de Sumaré contrate um professor auxiliar
especializado em educação especial para o menino, sob pena de multa diária de
R$ 1mil em caso de descumprimento. Segundo a defesa, a presença de um professor
auxiliar é considerada essencial para que o menino possa alcançar seu potencial
acadêmico e social.
O caso foi redistribuído para a Vara da Infância e Juventude
de Sumaré. Enquanto isso, o MP aguarda a intimação do município e o posicionamento
da administração pública.
OUTRO LADO
Procurada, a Prefeitura de Sumaré não comentou a ação e o
pedido da Promotoria.
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