Economia
Hortolândia é a cidade com maior montante pago em tributos nos primeiros dias do ano

Região já desembolsa R$ 48,9 milhões para pagar impostos agora em janeiro

Economista explica que alta da arrecadação está relacionada com a inflação e prevê ‘maior eficiência’ na aplicação de recursos públicos

Paulo Medina | Região 

Contribuintes de Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa, Monte Mor e Paulínia já iniciaram o ano cheio de impostos para pagar. Dados do Impostômetro apontam que nos 17 primeiros dias de 2023, a população da região já desembolsou R$ 48,9 milhões somente para pagar impostos municipais, estaduais e federais. Comparado a 2022, a alta já é de 3,16%.

O município com a maior carga tributária até então é Hortolândia, cujos moradores já arcaram com R$ 17 milhões em tributos. Paulínia ocupa a segunda colocação, com R$ 13,1 milhões este ano, e Sumaré, é a terceira, com R$ 13 milhões. Em seguida aparecem Nova Odessa, com R$ 3 milhões e Monte Mor, com R$ 2,8 milhões.

Em igual época do ano passado, a população de Hortolândia havia pago R$ 16,5 milhões, ao passo que Paulínia, R$ 12,7 milhões, e Sumaré, R$ 12,6 milhões. Cidades menores, Nova Odessa havia pago R$ 2,9 milhões, e Monte Mor, R$ 2,7 milhões. No total, os cinco municípios pagaram R$ 47,4 milhões nos primeiros dias de janeiro do ano passado, mostram os dados compilados pelo Jornal Tribuna Liberal.

Moradores relatam “o peso do estado” em seus ombros. “Está tudo muito caro, muita coisa tem impostos, alimentação, combustível, tudo que a gente consome, fora o IPVA e o IPTU que temos que pagar. Pesa demais. E a cada ano está pior”, afirmou o morador de Hortolândia, Wladmir Donato, de 52 anos. “Tenho sentido os preços, que estão pesados, principalmente alimentação e gasolina”, afirmou Janaína Brito, de 35, que trabalha em Sumaré.

Especialista explicou o aumento da arrecadação sob a ótica da alta da inflação. “Por que a arrecadação sobe? O efeito determinante é a inflação. Como as alíquotas são aplicadas ao valor dos bens, como o IPVA, que é recolhido em relação a tabela FIPE do carro, os impostos que a gente paga, ICMS, impostos que incidem sobre o consumo também estão baseados nos valores dos bens que a gente consome, o próprio Imposto de Renda, esses impostos, são sempre incidentes sobre valores monetários e como esses valores estão inflados monetariamente e nominalmente, o que houve foi uma arrecadação em valores monetários maiores, mas se tem o efeito da inflação”, disse o economista Paulo Oliveira, do Observatório da PUC-Campinas.

“Há pouco espaço para aumento de impostos, diria que o que tem sido sinalizado é uma manutenção ou busca de maior eficiência na cobrança de impostos, tanto no aumento da arrecadação ou em um caminho de buscar justiça social (...), mais imposto para quem ganha mais e reduzir o peso dos impostos aos mais pobres”, projetou o cenário para 2023.

Segundo a Associação Comercial e Industrial de São Paulo, que realiza os cálculos por município da tributação, o Impostômetro avalia toda arrecadação nas três esferas de governo, por meio de impostos, taxas e contribuições, considerando multas, juros e correção monetária.

Na metodologia do levantamento, é utilizada a base de dados da Receita Federal, da Secretaria do Tesouro Nacional, da Caixa Econômica Federal, do Tribunal de Contas da União, e IBGE e (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Impostômetro também utiliza dados da arrecadação do mesmo período do ano anterior, atualizados com o índice de crescimento médio de cada tributo dos três anos imediatamente anteriores.




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