Economia
Hortolândia registrou alta de 245,6% na criação de novos empregos formais no período

Hortolândia lidera aumento na geração de empregos entre as cidades da região

Criação de vagas em Paulínia, Nova Odessa e Hortolândia manteve empregabilidade positiva na região no segundo mês do ano, mostram estatísticas oficiais do Caged; setores de serviços, construção civil e indústria estão aquecidos

Paulo Medina | Tribuna Liberal

Hortolândia registrou o maior crescimento percentual na geração de empregos formais em fevereiro de 2025 entre as cinco cidades da região, conforme dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O saldo de empregos no município atingiu 553 vagas, um aumento de 245,6% em relação aos 160 postos de trabalho criados no mesmo período de 2024.

O saldo total de empregos gerados em fevereiro de 2025 nas cidades de Hortolândia, Paulínia, Nova Odessa, Sumaré e Monte Mor foi de 3.392 postos de trabalho, um leve aumento de 1,1% em relação aos 3.354 empregos criados no mesmo mês do ano passado.

Os dados revelam um crescimento considerável em algumas cidades e redução em outras. Paulínia teve um aumento de 43,1% na criação de vagas, passando de 803 para 1.149 empregos gerados. Nova Odessa também anotou um crescimento de 46,3%, saltando de 317 para 464 vagas criadas. Por outro lado, Monte Mor apresentou uma ligeira redução de 10,1%, saindo de 455 para 409 empregos. Sumaré, que no ano anterior havia sido a cidade com o maior saldo positivo (1.619 empregos), teve uma queda de 49,5%, registrando 817 empregos gerados em fevereiro de 2025.

Destaques setoriais

O setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento do emprego na região, sendo o destaque em Hortolândia, onde foram criadas 443 vagas nessa área, e em Paulínia, com 450 contratações.

Outro setor que impulsionou a geração de empregos foi a construção civil, especialmente em Paulínia, que registrou 564 novos postos de trabalho nessa área. Em Nova Odessa, os destaques ficaram por conta do setor de serviços (153 vagas) e da indústria (143 vagas), enquanto Hortolândia também apresentou crescimento na indústria, com 71 empregos criados.

O avanço dos setores de serviços e construção civil, aliado à recuperação da indústria em algumas regiões, pode impulsionar ainda mais o saldo de empregos na região ao longo do ano.

Reindustrialização

O Brasil fechou o mês de fevereiro com saldo positivo de 431.995 empregos com carteira assinada. Esse é o maior saldo mensal registrado na nova série histórica do Caged, que começou em 2020. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que os números de fevereiro são resultantes da política de investimentos e reindustrialização do país adotada pelo governo federal.

“Nós estimulamos um monte de investimento e esse é o resultado”, disse Marinho. “Nós estamos com um programa de reindustrialização, estamos motivando que a indústria se prepare para produzir os equipamentos de saúde, em vez de importar. Nós estamos com todo o debate sobre a transição climática, motivando investimento, queremos produzir SAF [sigla para o Combustível Sustentável de Aviação] no Brasil para substituir o combustível poluidor das aeronaves”, continuou.

O salário médio de admissão foi de R$ 2.205,25. Comparado ao mês anterior, houve uma redução real de R$ 79,41 no salário médio de admissão, uma variação em torno de - 3,48%. A maioria das vagas criadas no mês de fevereiro foram preenchidas por mulheres que ficaram com 229.163, enquanto os homens ocuparam 202.832 postos.

A faixa etária com maior saldo foi de 18 a 24 anos, com 170.593 postos. O ensino médio completo apresentou saldo de 277.786 postos. São Paulo gerou o maior número de postos de trabalho, fechando fevereiro com 137.581.

Inflação

Marinho disse que o Brasil necessita de “grande pacto de mais produção para conter a inflação”. “Me parece também que, com o aumento de juros, as pessoas não vão deixar de comer carne, ovo, arroz e feijão. O debate é outro, precisamos produzir mais”, disse.

Cresce contratação de trabalhadores temporários no país 

O levantamento do Caged também aponta que o Brasil registrou 89.584 admissões de trabalhadores temporários em fevereiro, com destaque para o setor de serviços, que foi responsável por 88.704 dessas contratações. Dentro desse segmento, as áreas de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas concentraram a maior parte das admissões. No estado de São Paulo foram 60.948 contratações na modalidade, sendo 4.507 na região de Campinas.

Camila Rodrigues, gerente da Employer Recursos Humanos em Campinas, explicou que o trabalho temporário tem desempenhado um papel fundamental na inserção de jovens no mercado, especialmente para aqueles que buscam o primeiro emprego. “O trabalho temporário é uma porta de entrada para jovens talentos sem experiência profissional. Além de oferecer uma primeira vivência no mercado, também possibilita capacitação prática e, muitas vezes, abre caminho para uma efetivação”, afirma.

Na modalidade temporária, o trabalhador tem anotação em carteira e os direitos assegurados pela legislação 6.019/1974. Dentre os direitos, estão inclusos pagamento de horas extras, descanso semanal remunerado, 13° salário e férias proporcionais ao período trabalhado. Ele recebe 8% dos seus proventos a título de FGTS e o período como temporário conta como contribuição para a aposentadoria. 

O trabalhador temporário pode ser contratado por até 180 dias, com a possibilidade de prorrogação por mais até 90 dias. A efetivação pode acontecer a qualquer momento desse período.  

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