Hortolândia e Sumaré consolidam relevância econômica na RMC com alta do PIB
Cidades emergem como polos de investimentos com aumento do
total de riquezas que chega a 18 e a 17,5%, respectivamente, superando
municípios de ‘linha de frente’
Paulo Medina | Tribuna Liberal
Polos de investimentos, Hortolândia e Sumaré se consolidam como potências econômicas da RMC (Região Metropolitana de Campinas) com aumento percentual e em valores absolutos do PIB (Produto Interno Bruto), que é o total de riquezas. Segundo números recentes divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ambos os municípios apresentaram um dos PIBs mais robustos da região.
O PIB de Sumaré registrou um crescimento de 17,5%, alcançando a marca de R$ 16,1 bilhões em 2021. Em 2020, o PIB local era de R$ 13,7 bilhões. Por sua vez, Hortolândia contabilizou um aumento de 18%, elevando seu PIB de R$ 15,5 bilhões para R$ 18,3 bilhões no mesmo período. Os números destacam a pujança econômica dos dois municípios frente a outros centros considerados tradicionalmente “ricos” na região, como Jaguariúna, Vinhedo, Valinhos, Americana e Santa Bárbara d’Oeste. Numericamente, o PIB de Hortolândia e Sumaré supera o total de riquezas dessas cidades, ficando atrás de Campinas, Indaiatuba e Paulínia, que tradicionalmente possuem o PIB mais elevado.
Em comparação com a média nacional do PIB per capita, que é de R$ 42,2 mil, tanto Sumaré quanto Hortolândia apresentam números expressivos, com PIBs per capita de R$ 55,8 mil e R$ 77,3 mil, respectivamente. Esses valores representam um aumento em relação à média brasileira, destacando o vigor econômico das localidades. De acordo com o IBGE, Sumaré é impulsionada principalmente pelos setores de Serviços, Administração, Defesa, Educação e Saúde, aliados ao dinamismo da indústria local. Hortolândia também se destaca nos mesmos setores que elevam o crescimento de Sumaré.
PIB de Sumaré registrou um crescimento de 17,5%,
alcançando a marca de R$ 16,1 bilhões em 2021
Em um cenário mais amplo, comparando o crescimento do PIB com outras cidades da região, como Campinas, Hortolândia e Sumaré apresentaram um desempenho percentualmente superior à metrópole regional. Campinas registrou um aumento na faixa de 11,5% em seu PIB, enquanto Hortolândia e Sumaré superaram essa marca. O PIB campineiro supera os R$ 72 bilhões. Conforme os dados, o PIB 2021 de Nova Odessa é de R$ 4 bilhões, o de Monte Mor, R$ 4,3 bilhões, e o de Paulínia, R$ 52,3 bilhões, o segundo mais alto da região. O PIB per capita paulinense é exceção à regra do Brasil: R$ 457,5 mil por habitante.
RECUPERAÇÃO
O fortalecimento do PIB da região é reflexo do que ocorre no país. Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,8%, recuperando a queda de 3,3% em 2020, decorrente da pandemia de Covid-19. O valor adicionado dos serviços cresceu 4,8% puxado pela recuperação do consumo das famílias (2,9%). Em valores correntes, o PIB foi de R$ 9 trilhões.
“A retomada dos serviços presenciais paralisados em 2020, incluindo viagens e entretenimento, explicam parte do crescimento. Outra parte deveu-se ao crescimento de determinados segmentos da indústria, como o de veículos e máquinas e equipamentos, e ao crescimento da construção”, destaca Cristiano Martins, gerente de bens e serviços de Contas Nacionais do IBGE.
O crescimento do PIB de 2021 foi revisado de 5% para 4,8%. A revisão decorreu, principalmente, da incorporação de novos dados sobre as atividades de serviços, disponibilizados pela Pesquisa Anual de Serviços do IBGE. O crescimento da indústria foi revisado para cima, de 4,8% para 5%, enquanto a Agropecuária foi revisada de 0,3% para 0%. Em 2021, onze dos doze grupos de atividades econômicas apresentaram crescimento ou estabilidade, com destaque para informação e comunicação (13,9%) e construção (12,6%).
CONSUMO
Em 2021, as despesas de consumo final, que englobam o consumo das famílias, governos e instituições sem fins lucrativos, cresceram 3,3%, após terem caído 4,4% em 2020. A despesa de consumo final do governo, que engloba as despesas com bens e serviços oferecidos pelo governo à coletividade, cresceu 4,2%. Já o consumo das famílias, que representa 60,1% do PIB, cresceu 2,9%. A variação de preço dos bens e serviços consumidos pelas famílias foi de 11,9%.
Participação da remuneração no PIB atinge maior patamar
O PIB, pela ótica da renda, é medido pela soma das
remunerações dos fatores de produção, ou seja, a renda gerada no período mais
os impostos líquidos de subsídios sobre a produção e a importação. Em 2021,
verificou-se aumento da participação no PIB do excedente operacional bruto (de
35,3% em 2020 para 37,5% em 2021) e dos impostos líquidos de subsídios sobre a
produção e a importação (de 14,5% para 15,5% do PIB). Em contrapartida, houve
redução nas parcelas referentes às remunerações (39,2% do PIB) e ao rendimento
misto bruto (7,8%).
“A participação do excedente operacional bruto no PIB foi recorde da série histórica iniciada em 2000. Esse aumento esteve associado, principalmente, ao desempenho do valor adicionado bruto das indústrias extrativa e de transformação, além da agropecuária, que registraram as maiores variações nos preços. Por outro lado, a parcela das remunerações no total do PIB vem caindo desde 2017, chegando a 39,2% do PIB em 2021 e retornando ao nível de 2005. As remunerações incluem os salários e contribuições sociais, que representavam, respectivamente, 31,0% e 8,2% do PIB. Em 2021, a participação do rendimento misto bruto recuou ao menor nível da série”, traz o IBGE.
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