Feiras noturnas geram renda para 400 empreendedores e 1.200 empregos

• 11/09/2022

Tendência nas cidades da região, as feiras noturnas ganham força em Sumaré, Nova Odessa e Hortolândia movimentam a economia local e conquistam a simpatia da população como opção de lazer e entretenimento

As feiras noturnas crescem e ganham espaço nas cidades da região. Juntas, Sumaré, Nova Odessa e Hortolândia realizam 17 feiras noturnas em vários espaços públicos, geram renda para mais de 400 empreendedores e pelo menos 1.200 empregos diretos. 

O comércio sob o luar atrai multidões, movimenta a economia local e cai no gosto popular como a mais nova forma de entretenimento. É que além dos produtos típicos das feiras livres, como frutas, verduras e legumes, os pontos noturnos oferecem food trucks com cardápio diversificado e, em alguns locais, música ao vivo.

A geração de empregos por meio das feiras noturnas é uma estimativa das secretarias de Desenvolvimento Econômico ouvidas pelo Tribuna Liberal. Os gestores calculam uma média de três postos de trabalho criados por cada feirante. Mas há bancas como da área de alimentação, por exemplo, que empregam até dez pessoas para dar conta do atendimento, informam as secretarias.

O principal chamariz das feiras noturnas é o circuito gastronômico, onde os visitantes podem saborear lanches, pastéis, milho e seus derivados, quitutes diversos, sucos e até tomar um chopp. Nos espaços também são comercializados produtos de artesanato e itens industrializados.

“As feiras noturnas entraram de vez no calendário de eventos permanentes do município e são sucesso de público. Elas aliam lazer e serviços e são voltadas a toda família. Além disso, é mais uma forma de gerar renda, emprego e potencializar a economia local”, afirma o secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de Sumaré, Aparecido Fernandes.

No município, já existem dez feiras noturnas, localizadas em diversos bairros, onde atuam cerca de 150 empreendedores dos setores gastronômico, produtores rurais, artesãos e comerciantes diversos, segundo Regina Célia Leite, responsável pelo Setor de Fiscalização da Secretaria de Serviços Públicos. A maior feira noturna, assinala Regina, é a realizada no Jardim Bom Retiro, com 50 feirantes.

Em Sumaré, além das barracas de hortifruti, as feiras da noite contam com barracas de pescado, temperos, artesanato, produtos diversos e food trucks – exclusividade das feiras noturnas. Eventualmente são realizadas apresentações artísticas.

Patrícia Marinho, 40, é uma das empreendedoras que atuam nas feiras noturnas de Sumaré. Na sua banca são vendidos temperos diversos, produzidos por ela mesma, de modo artesanal. A feirante se orgulha de gerar emprego para outros dois trabalhadores (leia texto abaixo).

Para dar suporte à atividade econômica, a Prefeitura de Sumaré disponibiliza aos empreendedores banheiros químicos, pontos de energia, a limpeza da área antes e depois da realização das feiras.

Em Nova Odessa, duas feiras noturnas funcionam na cidade. Uma no estacionamento da rodoviária, na região central, às quintas-feiras, e outra no estacionamento da Rede Paraná de Supermercados, no Jardim Santa Rita, toda sexta-feira. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Rafael Brocchi, essas feiras geram renda para 100 pequenos empreendedores, todos feirantes e autônomos cadastrados no município.

O principal atrativo das feiras noturnas de Nova Odessa, afirma Brocchi, são as variadas opções gastronômicas, além de produtos artesanais a exemplo de tapetes, toalhas e enfeites para casa.

Como apoio aos feirantes, a administração oferece o espaço para a realização das feiras, pontos de tomada e uma agente que fiscaliza o comércio noturno ao ar livre. “Esses pequenos empreendedores contribuem para o consumo no município, o que faz o dinheiro circular na própria cidade”, avalia Brocchi.

Feirantes faturam bem e se orgulham de gerar empregos

Há dois anos, a feirante Patrícia Marinho, 40, começou a comercializar temperos artesanais nas feiras diurna e noturna do Jd. Maria Antonia, em Sumaré.

Com o sucesso das vendas, a empreendedora comemora o faturamento médio de R$ 15 mil mensais e a geração de dois postos de trabalho. “As feiras são importantes para o desenvolvimento da cidade. Agrega para nós, empreendedores, porque vendemos direto para o consumidor e gera emprego. Eu mesmo tenho duas funcionárias na minha banca”, observa.

“Além de conseguir manter a minha casa, pagar minha faculdade de Enfermagem e sustentar a minha filha, consigo beneficiar duas pessoas com oportunidade de emprego”, reforça Patrícia, que é divorciada e mãe de uma jovem de 20 anos de idade.

Inicialmente, a feirante comprava as especiarias prontas em São Paulo e revendia. Hoje, é ela quem produz os temperos. “Hoje, todos os temperos que tenho na minha banca as receitas são minhas, a maioria não tem sódio, glutamato e adição de conservantes”, destaca.

Antes de investir no comércio de temperos, Patrícia vendia frutas e legumes. Parte dos produtos vinham do Assentamento Rural 1, cultivados pela sua família.

O feirante Felipe Caio Saito, 30, emprega sete pessoas no seu trailer de pastel, que funciona nas feiras noturnas e diurnas de Sumaré. No ramo há cinco anos, Saito enxerga no comércio ao ar livre uma oportunidade de emprego no pós-pandemia.

“As feiras são de extrema importância para a economia de Sumaré. É uma das portas que abriram emprego para pessoas que ficaram um pouco perdidas nesse momento que a gente passou de pandemia, quando jovens trabalhadores foram despedidos das suas empresas”, afirma Saito, morador do Jd. Macarenko. 

Saída para fazer a economia girar no pós-pandemia em Hortolândia

Em Hortolândia, as feiras noturnas surgiram no ano passado e fazem parte das ações do município para alavancar a economia local no pós-pandemia, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação, João Pereira da Silva. Sucesso de público, as feiras já funcionam em cinco regiões da cidade: Jardim Nova Europa, Jardim Santa Clara do Lago, Parque Socioambiental Lago da Fé, Parque Socioambiental Chico Mendes, Jardim Amanda e na praça A Poderosa.

De acordo com o secretário, são 150 pequenos empreendedores dos setores de alimentação, artesanato e moda que comercializam seus produtos. Nos espaços, os visitantes podem se divertir com música ao vivo e brinquedos para as crianças.

“As feiras noturnas geram renda e trabalho para os empreendedores. Já para a população, as feiras noturnas oferecem uma variedade de produtos. Além disso, são uma opção prática para as pessoas que trabalham durante o dia e não têm tempo para fazer compras de alimentos e outros produtos”, comenta Silva.

PAULÍNIA

Seguindo a tendência da região, Paulínia se prepara para implantar feiras noturnas na cidade. De acordo com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, o projeto de lei que cria esse tipo de comércio está em fase de elaboração. 

As novas queridinhas da população

Mais que um espaço de compras, as feiras noturnas viram opção de lazer para a população e conquistam a simpatia dos moradores da região. Os visitantes afirmam que vão às feiras à noite para passear com a família, comer petiscos e bater papo com os amigos.

Ana Claudia Domingues, 35, moradora de Sumaré, diz que visita as feiras noturnas para desfrutar da diversidade gastronômica dos food trucks. “A gente come em ambiente aberto, encontra os conhecidos, passeia e acaba comprando aquela fruta ou legume que está faltando na geladeira”, conta a auxiliar de limpeza.

Para o estudante Murilo Souza, 19, as feiras noturnas de Nova Odessa viraram ponto de encontro com os amigos. “A gente combina o rolê para comer, conversar e apreciar o movimento. Melhor que ficar em casa sem fazer nada”, diverte-se.

Em Hortolândia, as apresentações musicais realizadas na feira noturna do Parque Chico Mendes despertaram a atenção da pedagoga Marta Pereira para visitar o comércio ao ar livre. “Vou com toda a família para ouvir uma boa música, experimentar os quitutes e prestigiar os artesãos da cidade. É uma novidade bem-vinda para o lazer em família”, valoriza a pedagoga.