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COLUNA LER E CRESCER - Por Sandra Cristina

Sandra Cristina é especialista em vendas e Coaching - Consultoria Vender é Arte

POR QUE PELA PRIMEIRA VEZ, FILHOS TÊM QI MENOR QUE OS DOS PAIS? 

Esse dado é concreto e vem da França, o neurocientista Francês Michel Desmurget é categórico ao afirmar em entrevista a BBC News Mundo, como os dispositivos digitais estão afetando negativamente o desenvolvimento neural de crianças e jovens. Michel é diretor de pesquisa Nacional de Saude da França e diz “ Simplesmente não há desculpas para o que estamos fazendo com os nossos filhos e como estamos colocando em risco seu futuro e desenvolvimento”. 

O Autor da pesquisa possui solida experiência na área, Desmurget acumula inúmeras publicação científica e já passou por centros de pesquisa renomados como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

 Já foram feitos teste de QIs (quociente de inteligência) onde os resultados apontam que as novas gerações são menos inteligentes que as anteriores, e assim surgiu o efeito flynn, que recebeu esse nome em menção ao psicólogo americano que descobriu esse fato, tendência que se reverteu em vários países. Os nativos digitais, crianças que já nasceram inseridas no mundo tecnológico foram os primeiros a ter o QI inferior aos pais, que foi documentada na Noruega, Dinamarca, Holanda, França etc.

Ainda não pode ser determinado que apenas o uso de telas (videogames, tv e celular ) são os únicos responsáveis pela diminuição de QI, outros fatores como: a poluição exposição precoce a pesticidas também podem ter impactado nesse caso. A conta é simples, quanto maior a exposição às telas o desenvolvimento cognitivo diminui. A base da nossa inteligência esta na linguagem, concentração, memoria e cultura e com a falta desses estímulos leva a perda no desempenho acadêmico.

Segundo Desmurget, As causas também são claramente identificadas: diminuição da qualidade e quantidade das interações intrafamiliares, essenciais para o desenvolvimento da linguagem e do emocional; diminuição do tempo dedicado a outras atividades mais enriquecedoras (lição de casa, música, arte, leitura, etc.); perturbação do sono, que é quantitativamente reduzido e qualitativamente degradado; superestimulação da atenção, levando a distúrbios de concentração, aprendizagem e impulsividade; subestimulação intelectual, que impede o cérebro de desenvolver todo o seu potencial; e o sedentarismo excessivo que, além do desenvolvimento corporal, influencia a maturação cerebral. 

O cérebro não é um órgão “estável”. Suas características ‘finais’ dependem da nossa experiência. O mundo em que vivemos, os desafios que enfrentamos, modifica tanto a estrutura quanto o seu funcionamento, e algumas regiões do cérebro se especializam, algumas redes são criadas e fortalecidas, outras se perdem, algumas se tornam mais densas e outras mais finas.

Porém o autor não afirma que as telas são totalmente prejudiciais e sim o uso excessivo para recreação e que não existe controle de acesso aos conteúdos das crianças. Pensávamos que essa nova geração seria mais inteligente, que o fato de serem nativos tecnológicos, seriam capazes de realizar tarefas de forma mais rápida e seriam multitarefas, mas as pesquisas têm provado que não.

 Devemos repensar no tempo que nossos filhos passam em frente às telas, conversar com eles, pois eles precisam saber do prejuízo que pode causar, dificuldade em dormir, concentração, dificuldade em se relacionar e de absolver novos conhecimentos e que em qualquer idade, quanto menos tempo em frente as telas, melhor.

 

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